The Legend of Zelda: Skyward Sword é a origem da lenda



Nome: The Legend of Zelda: Skyward Sword
Gênero: Aventura
Distribuidora: Nintendo
Plataforma: Wii
The Legend of Zelda: Skyward Sword  (Foto: Divulgação)The Legend of Zelda: Skyward Sword (Divulgação)
Sempre que se fala sobre The Legend of Zelda e, principalmente, sobre a sua controversa linha do tempo que liga os games da série, pouco se discute sobre os seus temas recorrentes, como a origem do reino de Hyrule, da Triforce, da Master Sword, e por que Zelda é a personagem-título da franquia. E o motivo é simples: embora os jogos tenham dado várias dicas pelo caminho, nenhum realmente se aprofundou nestes temas. Até agora.
Ocarina of Time, considerado o melhor da série e um dos melhores jogos de todos os tempos, marcava o início cronológico da série, do qual todos os outros podem ser considerados sequências. Skyward Sword se passa antes dele, e é claramente uma prequência do clássico do Nintendo 64. Embora várias gerações estejam entre eles, os jogos se complementam de maneira perfeita, como se representassem uma única narrativa.
zelda_skyward_sword_014The Legend of Zelda: Skyward Sword 
Um elo com o passado
A narrativa, aliás, é um dos pontos mais fortes do jogo. Link mora em uma cidade que flutua acima das nuvens no céu, Skyloft, e é amigo de infância de Zelda. Descrito pelos habitantes da cidade como preguiçoso e distraído, Link é estudante de uma academia de cavaleiros que patrulham os céus, montados em grandes e amistosas aves, os Loftwings. Link tem o único Loftwing vermelho, mas não tem dado muita atenção para ele. No dia do seu teste final – uma corrida pelo céu contra os outros estudantes –, Zelda, que tem um carinho especial pelo amigo, faz questão de acordá-lo bem cedo.
Link vence a corrida, apesar da sabotagem do bully local, Groose (que possui trejeitos exagerados, mas é um dos mais interessantes coadjuvantes do jogo) e, em um passeio com Zelda para comemorar, seu Loftwing é atingido por um tornado e ela cai, sem que Link possa fazer nada. Logo ele descobre que existe um mundo para explorar abaixo das nuvens, e é exatamente para onde ele vai. Neste momento, a história realmente começa.
O jogo conta a história de uma Deusa que, para salvar seu povo da destruição, o levou aos céus, onde estariam seguros. Muitos anos depois, o povo se acostumou com a vida no céu e trata a superfície como lenda, uma vez que é invisível através das nuvens. Com a ajuda de uma criatura celestial chamada Fi, que o acompanha em sua espada, Link abre passagem para as três grandes áreas acessíveis em terra firme: uma rica floresta, um infernal vulcão e um árido deserto. Se estas áreas parecem familiares, as semelhanças não param por aí.
The Legend of Zelda: Skyward Sword (Foto: Divulgação)The Legend of Zelda: Skyward Sword (Foto: Divulgação)


É perigoso ir sozinho. Leve isto.
Para explorar estas áreas, como é de praxe, Link usa diversos itens que são encontrados de diferentes maneiras, mas o mais importante ainda é sua espada. Com a ajuda do Motion Plus – que pode ser encaixado ou integrado ao Wii Remote – seus gestos com o controle na mão são fielmente reproduzidos pelo herói no jogo. Golpes horizontais, verticais, diagonais e retos para a frente são todos necessários para enfrentar diversos inimigos que vêm de todos os lados e atacam (e principalmente se defendem) de inúmeras maneiras.
O jogo também apresenta diferentes escudos que servem para se defender de diferentes ataques. Um gesto rápido com o Nunchuk o deixa na sua frente, lhe protegendo. Mas ataques defendidos assim quebram o escudo com o tempo. É necessário “rebater” o ataque inimigo, movendo o Nunchuk ao mesmo tempo. Este parry mantém a integridade do seu escudo e abre a defesa do inimigo para um contra-ataque.
Não são somente os escudos que são variados. Quase todos os itens podem ser melhorados de uma maneira ou de outra com a ajuda do ferreiro de Skyloft, que exige algum dinheiro e diferentes tesouros para a forja. Estes tesouros, aliás, são uma das grandes novidades do jogo: minério, pedras preciosas, mel, penas, gosma, insígnias e até feno podem ser usados para fortalecer ou dar novas funções para os itens.
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Bolsos cheios, garrafas vazias
Para carregar estes itens, Skyward Sword os divide em três categorias: os itens principais, que são selecionados com o botão B e incluem estilingue, bombas e o novo besouro – um item que sai voando do braço de Link e serve para pegar itens à distância, levar itens de um lugar a outro ou simplesmente explorar lugares inacessíveis –, entre outros. Há também os itens de suporte, para os quais são necessários bolsos extras para o seu cinto, que incluem seu escudo, garrafas, expansões para carregar mais bombas, sementes ou flechas, medalhas – que servem para encontrar mais tesouros, corações, rupees e mais, dependendo do tipo.
Finalmente, temos os tesouros e os insetos, que podem ser reunidos infinitamente. Os insetos são pegos com uma rede própria (que também pode ser melhorada) e usados para melhorar as diversas poções do jogo, vendidas em Skyloft. Se o seu bolso de itens de suporte ficar cheio, objetos podem ser guardados em um guarda-volumes no Bazar, um mini-shopping que reúne a loja de poções, o ferreiro, uma loja que vende itens como escudos, flechas e bombas e até um vidente, que pode lhe dar dicas do caminho a seguir.
Todas estas pessoas realmente moram em Skyloft e possuem suas casas, para as quais retornam à noite. A cidade é rica em detalhes e cheia de vida, e quase todos possuem uma ocupação e pedem sua ajuda de diferentes maneiras, nas inúmeras sidequests do jogo. Para explorar a cidade à noite, basta dormir em qualquer cama e acordar mais tarde (o que também recupera sua energia).
Para salvar o jogo, a Nintendo adotou um método um pouco retrógrado, mas que funciona no jogo: estátuas espalhadas por toda parte. Toda vez que você salva em uma estátua na superfície, você cria um ponto de retorno naquela região. Quando voltar depois, pode cair diretamente em frente a uma estátua específica, eliminando viagens desnecessárias.
The Legend of Zelda: Skyward Sword (Foto: Divulgação)The Legend of Zelda: Skyward Sword (Foto: Divulgação)
Impossível ficar parado
Energia é uma outra novidade do jogo, mas não na forma dos corações. Link agora possui uma barra de stamina, que pode ser usada para correr mais rápido, escalar com mais agilidade e usar golpes mais elaborados com a espada, como o famoso spin attack. Link é  um atleta neste jogo, que também exige muita movimentação do jogador. Quem jogou Wii Sports Resort vai se sentir em casa, já que muitos elementos de jogabilidade estão presentes aqui.
Além da óbvia luta de espadas, bombas jogadas por cima lembram o basquete. Jogadas por baixo, lembram o boliche. Ao se jogar de um precipício, é possível guiar a direção da queda assim como no salto de para-quedas. Voar com a sua Loftwing funciona de maneira similiar ao avião que sobrevoa a ilha de Wuhu. Até o método de arco-e-flecha de Resort (puxando o Nunchuk para trás) está no jogo, embora seja opcional. Até o tênis de mesa está lá, mas não vamos estragar a surpresa. De maneira geral, o botão B seleciona, equipa e guarda itens, e A os usa.
Aqui encontramos um dos poucos problemas do jogo: a mira não é baseada no cursor infravermelho, mas sim na calibragem do próprio Motion Plus em relação à TV, o que pode causar problemas às vezes. Ao movimentar o Wiimote, é sempre importante retornar o controle para a posição neutra: apontado para o centro da tela. Após vários movimentos, é possível que o controle se descalibre. Para centralizar o controle novamente (mais uma vez, assim como em Wii Sports Resort), é preciso apertar o direcional para baixo ao usar itens com mira, como o arco, ou apertar C para entrar na visão em primeira pessoa. Abrir o mapa com o botão + também funciona, o que é ótimo para batalhas, porque pausa a ação.
Os itens, é claro, serão usados para derrotar os vários chefes do jogo, em batalhas épicas e totalmente diferentes umas das outras. Ghirahim, o espalhafatoso vilão que o persegue durante todo o jogo, e que vai lhe dar muito trabalho para derrotar, representa apenas um pouco da dificuldade da última boss battle. Você provavelmente jogará em pé, incorporando totalmente o personagem de Link, com o escudo na mão, e a espada na outra.
The Legend of Zelda: Skyward Sword (Foto: Divulgação)The Legend of Zelda: Skyward Sword (Foto: Divulgação)

Lugares para ver, coisas para fazer
Wii é capaz de gráficos belíssimos e detalhados, mas a falta de um hardware mais poderoso está começando a pesar demais. A decisão por um estilo visual levemente cartunesco – um meio-termo entre o forte cel-shading de Wind Waker e o realista Twilight Princess, dá ao jogo um aspecto de pintura renascentista, principalmente no efeito aquarela que cenários à distância ganham.
Skyloft, cidade-natal de Link, é provavelmente o cenário 3D mais rico que a Nintendo já criou, colorido e cheio de personalidade. Esta pequena vila nas nuvens possui muitos segredos em suas diversas áreas, e há sempre algo novo para ver. A caracterização de cada habitante é perfeita. Cada pessoa age de um modo distinto e, dependendo das suas ações – Link ainda não fala, mas é possível escolher respostas diferentes para cada pergunta – é possível descobrir mais sobre suas vidas.
The Legend of Zelda: Skyward Sword (Foto: Divulgação)The Legend of Zelda: Skyward Sword (Divulgação)
Skyloft parece um lugar de verdade e, mais do que isso, parece um lugar ótimo para se viver. O mesmo não se pode falar sobre a superfície abaixo das nuvens, que é extremamente hostil. As três grandes áreas também foram muito bem representadas, mas estão cheias de perigos. A floresta parece ter vida própria, e oferece fauna e flora diversificados. O vulcão também é perigoso, e será revisitado algumas vezes em situações cada vez piores. Preste atenção nos seus detalhes e caminhos ramificados: Vão salvar sua vida.
Já o deserto é maior que várias regiões juntas de games anteriores, e onde boa parte da história do jogo é contada. Quando você pensa que explorou tudo, uma nova área se abre. Aqui o jogo mostra um dos seus melhores efeitos visuais: viagem no tempo. Mas não é do jeito que se espera. A maneira como o jogo faz a transição entre os dois períodos é impressionante, e garante alguns dos momentos de jogabilidade mais original do game.
Voltando para o céu, existem várias outras pequenas ilhas flutuantes que podem (e devem) ser exploradas. Algumas são habitadas por personagens igualmente interessantes, e fazem parte das sidequests do jogo. Voar de uma para outra é fácil e prático, e a viagem tem uma ótima paisagem. Este processo lembra a navegação entre as ilhas no grande mar de Wind Waker.
Zelda: Skyward Sword terá edição especial (Foto: Divulgação)The Legend of Zelda: Skyward Sword  (Foto: Divulgação)
Uma viagem musical
Os jogos da série The Legend of Zelda sempre tiveram uma excelente trilha sonora, mesmo com as limitações dos primeiros games do NES. A trilha de Skyward Sword, praticamente 100% orquestrada, é uma das melhores da série. Não é melhor que as de Ocarina, Wind Waker ou mesmo Majora’s Mask, já que traz poucos temas reconhecíveis – além de algumas faixas que estão ao contrário –, mas seu estilo é puramente Zelda, e empolga o jogador constantemente.
Diferentemente dos games citados acima,Skyward Sword não é um jogo baseado em música, e o seu instrumento musical, a harpa, também não ajuda. O método usado para tocar consiste unicamente em movimentar o Wiimote para os lados no tempo certo, e a música se toca sozinha. Você aprende músicas novas, mas elas são selecionadas automaticamente, de acordo com o local e o contexto. Foi uma decisão triste, e o único uso ruim da captura de movimentos do jogo.
Falando em música, a edição especial limitada do jogo inclui, além do disco de jogo, um CD com músicas da trilha sonora de toda a série, gravadas ao vivo por uma grande orquestra, e um Wiimote Plus (com o Motion Plus embutido), dourado e com o brasão de Hyrule gravado. Sem dúvida um item para colecionadores e fãs da série.
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Conclusão
The Legend of Zelda: Skyward Sword não somente destrona Ocarina of Time como o melhor (e maior) jogo da série, mas também merece o título de melhor jogo do Nintendo Wii. 25 anos depois, a série encontrou, no passado, respostas para quase todas as suas perguntas. Preste atenção em tudo o que Zelda lhe disser neste jogo. Você nunca mais vai vê-la da mesma maneira. Na verdade, depois deste jogo, você nunca mais vai ver a série da mesma maneira.
Dando um show de jogabilidade, a Nintendo mostrou como fazer um jogo completo com controle de movimentos, que realmente funciona de maneira intuitiva. Considerando que ele usa a mesma tecnologia de Wii Sports Resort, seu maior defeito é talvez ter sido lançado um pouco tarde. Quem não tem problemas em se mexer jogando, vai encontrar aqui a melhor experiência do tipo possível, e ainda vai ganhar uma história longa (serão necessárias pelo menos 50 horas para terminar o jogo), mágica e sensacional, como só a Nintendo é capaz de escrever. Não abandone seu Wii ainda. Você precisa jogar Skyward Sword.


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